Lembrar o efêmero (do grego ep’ hemera, “o que dura um dia”), cultivando de forma crítica e criativa as datas e sua memória, é indispensável para o autoconhecimento de um país. Para discutir os vários sentidos e impactos das efemérides a serem rememoradas em 2022, como o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da Independência do Brasil, a Unicamp reúne, em um projeto acadêmico e cultural abrangente, várias atividades a serem realizadas no decorrer do ano. Dentre elas constam manifestações artísticas, ciclo de palestras, seminários, lançamentos de livros e exposições.

Tais atividades serão organizadas por uma comissão interdisciplinar e promovidas pelas Unidades de ensino e demais setores da UNICAMP em seus três campi, em uma programação que se estenderá de fevereiro – mês no qual se deu a Semana de Arte Moderna – até o final de 2022.

Essa iniciativa, que conta com a parceria com as outras universidades estaduais paulistas e com a Prefeitura Municipal de Campinas, pretende levar à comunidade universitária e a um público mais abrangente a discussão em torno dos vários sentidos, desdobramentos e impactos de importantes eventos da vida nacional e do Mundo a serem rememorados ao longo do ano. Além das duas importantes datas já mencionadas, o ano de 2022 marca
o centenário do Rádio, do Partido Comunista do Brasil (PCB) e da ascensão do fascismo, entre outros acontecimentos notáveis.

O projeto Circuito Unicamp em 22 tem, nesse cenário, o objetivo de coligir e nuclear em uma programação acadêmica e cultural atividades que discutam o(s) sentido(s) desses fatos históricos, cujos rastros e impactos na vida nacional as manifestações artísticas e acadêmicas a serem promovidas buscam contextualizar, discutir e compreender.

Dentre as questões e tensões de natureza estética, cultural e sociopolítica associadas às efemérides a serem comemoradas em 2022, destacam-se os movimentos decoloniais, as questões identitárias, o enfrentamento do racismo, a crise da democracia, as formas de reação ao fascismo, a integração geopolítica do Brasil no cenário mundial, a relação entre tradição e inovação na Ciência e nas Artes, as diferentes expressões da cultura popular, o papel do Estado e das instâncias públicas na vida social e cultural do País.

Ao estimular diferentes espaços e formas de reflexão sobre a presença desses e outros temas vinculados aos sentidos de modernidade e de independência – política e cultural – ao longo de nossa história, a programação do Circuito Unicamp em 22 espera contribuir para a compreensão do nosso presente e dos desafios do futuro.